Clique e acesse a edição digital

Educação financeira para os filhos

Tempo de Leitura: 4 minutos
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

* José Arnaldo Favaretto

Pais que hoje têm filhos na infância e na adolescência provavelmente viveram o auge da hiperinflação no Brasil, período em que um dos principais objetivos era consumir rapidamente tudo o que fosse possível, pois os preços aumentavam em ritmo frenético. Desde 1994, a estabilidade monetária tornou-se realidade e está cada vez mais em alta o consumo inteligente.

Essa mesma geração de pais foi educada por pessoas que tinham outro tipo de expectativa de vida, em que talvez não houvesse a preocupação de, por exemplo, planejar-se para garantir uma boa aposentadoria. Já o cenário atual indica um crescimento da expectativa de vida, o que obriga as pessoas a se organizarem financeiramente o quanto antes para garantiruma velhice tranquila.

Para se ter uma ideia dessa evolução, quem nasceu em 1998 tinha a perspectiva de viver até os 69 anos, sete meses e 29 dias. Dez anos depois, a esperança já era de chegar aos 72 anos, dez meses e dez dias. Isso significa que, em apenas uma década, os brasileiros e brasileiras passaram a viver, em média, três anos, dois meses e 12 dias a mais, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no fim de 2009.

Uma vez que vivemos em uma sociedade com forte apelo consumista e sofisticadas estratégias de marketing, que nos bombardeiam constantemente, a família precisa ensinar fundamentos de responsabilidade financeira às crianças logo cedo, para evitar criar consumidores vorazes – e irresponsáveis. Essa educação financeira passa por três pilares: diálogo, exemplo e planejamento.

Em primeiro lugar, é importante que o assunto “dinheiro” seja conversado e discutido em família, sem tabus. Os limites do orçamento familiar precisam ficar claros, e o envolvimento de todos é importante, assim como a definição de prioridades e dos grandes projetos familiares. Se os pais explicarem aos filhos que estão economizando com o objetivo de comprar a casa própria, trocar de carro ou fazer uma viagem, provavelmente ficará mais fácil compreender por que não se atenderá a determinadas vontades.

Um exercício prático é dar uma quantia fixa de dinheiro à criança, com uma periodicidade preestabelecida, semanal ou mensal. O pequeno economista deve ser orientado sobre como administrar suas contas, incluindo hábitos como pesquisar preço – para entender o que é caro e barato – e poupar, definindo objetivos de curto e de longo prazo, como comprar roupas e brinquedos. Ele (ou ela) precisa ser responsável pelas escolhas que faz. Se,apesar das conversas, os filhos gastarem todo o dinheiro antes do fim da semana ou do mês – e pedirem mais –, os pais precisam ser firmes e dizer não.

Essa experiência também é positiva para os pais, que passam a entender melhor os hábitos de consumo e a capacidade de os filhos tomarem decisões quanto aos seus gastos. Consequentemente, os adultos podem aproveitar a oportunidade para reverem sua própria relação com o dinheiro.

Todavia, de nada adiantará o discurso se as crianças e adolescentes constatarem que seus pais consomem por impulso e sem planejamento. Dar o exemplo é uma das atitudes mais importantes, seguida pelo planejamento cuidadoso a respeito das estratégias para presentear os filhos. É preciso se policiar para evitar compensar com presentes determinadas ausências ou a impossibilidade de dedicar mais tempo à família. É importante haver critérios e parcimônia, já que o excesso de mimos dificulta o entendimento prático das dificuldades que nossos filhos enfrentarão na vida adulta.

Quando os pais refletem e desenvolvem ações que contribuem para a educação financeira dos filhos, estarão, no mínimo, favorecendo o amadurecimento de conceitos como organização, planejamento, disciplina e entendimento da relação de causa e efeito. Estes são ganhos inestimáveis para a formação de cidadãos cada vez mais bem preparados para a tomada de decisões conscientes sobre o consumo.

* Diretor de Sistemas de Ensino da Editora Saraiva

Share on facebook
Facebook
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on linkedin
LinkedIn
Share on twitter
Twitter
Share on email
Email

COLESTEROL NAS CRIANÇAS

De acordo com um levantamento realizado pela Organização Mundial da Saúde, quase 45 milhões de crianças, em todo o mundo, sofrem com o sobrepeso e

Leia Mais »

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Subscribe To Our Newsletter

Subscribe to our email newsletter today to receive updates on the latest news, tutorials and special offers!